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Tuesday, February 27, 2007

O Mundo que me envolve


O Mundo que me envolve

Sorrio. Sempre sorri. Triste ou desencantado.

Rodeiam-me. Refiro-me aos meus alunos. Dão-me lições de sorrisos. Tristes ou desencantados.

São assim. Eu e eles.

Como ensinar, aprendendo...? Sim, com eles! Por serem diferentes são autênticos, sinceros, afáveis. Confio na sua sinceridade. Absoluta!

Eu? Eu, anoto.

Sim! Tudo.

Onde anoto? Sei lá onde anoto. Conheço-os. Conhecem-me.

Porquê? Não respondo, porque a compreensão tornou-se um pacto silencioso. Secreto.

Os seus pensamentos. Os meus sentimentos. Estão sintonizados na mesma estação.

Sei que eles sabem e que´eu sei.

Só isto! E, é por isso que os sorrisos se explicam por si sós.

Sorrio. Já compreendem?

Vejo-os e sorriem. Sorrio quando os observo.

Sempre.

Se os vir perto de mim sorrio, podem crer! É inevitável. Não resisto.

É tudo!


Poliedro, Fevereiro,2007. 1 hora, 5 minutos e 45 segundos.

Monday, February 26, 2007

Uma Verdade flagrante!


Uma Verdade Flagrante

"..., desisto e pergunto se ele não acha que as mulheres são, não a metade do céu, mas o céu inteiro."

Pedro Paixão, in "Boa Noite". Livros Cotovia. Lisboa.1993

Saturday, February 24, 2007

Sobre a Vida que Deus me deu


Sobre a Vida que Deus me deu

Sobre a vida? Procurei em mim.
Talvez, tenha alguns requisitos, embora tenha procurado muito.
Esforcei-me na sua busca. Rebusquei tudo! Mas, mesmo tudo, numa introspecção intensa. Era necessária.
Não sei!
Andei às voltas infindavelmente no pensamento. Nas ideias que me assolam. Nas atitudes. Nos gestos. No que sinto.
Apesar de não sobrar muito, estou presente em mim.
O que faço? Sei lá o que faço!
A vida que Ele me deu, não é só minha. É de todos!
Adoro a noite. Amo a noite. A sua tranquilidade. O seu bem-estar. O sossego.
Será normal que o crepúsculo do entardecer o veja com deslumbre e querer?
Dizem-me que devo fazê-lo, porque o seu significado e a sua beleza me conquistam.
Arrebatam-me!
Talvez, Deus quisesse que o fizesse desta forma. Quando lhe pergunto, não me responde! Só acena com a cabeça. Só me diz que poderei ter um pouco de sucesso.
Mas, pouco!
Ele sabe?
Vá lá. É claro que sabe.
Olho tudo e olho-me.
Por que és assim? Olhem, porque sou! Tinha de ser de alguma maneira!
O tempo passa. Não espera por ninguém, ou será que espera?
O profundo valor da existência que está patente em mim, conheço-o.
Bem demais!
Coabito na compreensão dos que me amam. Sinceros. Puros. Ternos. Entendedores.
Não vou falar do amor, porque há amor. Estou certo disso. Disso posso estar certo e convicto.
Certas palavras belas, maravilhosas, estão vivas. Presentes!
A vida que Deus me deu?
Claro que entendo e Lhe agradeço.
No espaço sossegado e aprazível da minha casa respira-se, vive-se, sente-se, o amor.
Lá fora, não sei bem, mas penso e acredito que pensarão e acreditarão no que sinto.
É para eles também.
Ele deu-me uma vida e vivo-a.
Sou FELIZ!

Pena, Outubro de 2005
(retirado de muitos dos meus escritos que encontrei abandonado)

Friday, February 23, 2007

Recordações 3 - Sensações Circenses"

Recordações 3 - Sensações Circenses

Na cave da casa da minha avó Maria aconteciam as coisas mais surpreendentes, mais insólitas, provocadas pela nossa fértil imaginação e intensa criatividade infantis.
Era eu, o meu irmão, o Alfredinho e, às vezes; os meus primos: o Jonel e o Paulo.
Como não nadávamos propriamente em dinheiro, arquitectávamos os mais ardilosos estratagemas para o obter.
De tempos a tempos encenávamos, empenhadamente, um espectáculo de circo.
Sim, porque nós também tínhamos as nossas necessidades económicas e os nossos compromissos monetários, ora, com as guloseimas, ora, com as pastilhas elásticas, ora, com infindáveis passeios, (por vezes arriscados e perigosos, como eram, por exemplo, a ida a pé através dos carris do caminho de ferro à quinta do Alfredinho Corredor, em Alvações do Corgo, colocando o ouvido encostado à linha para pressentir se vinha algum comboio ou, ainda, atravessando uma ponte, onde este passava, suspensos pelos braços), com o intuito de fazermos um piquenique. Ora, isso, também tinha os seus custos!
Tínhamos nessas alturas de comprar o farnel e isso implicava estarmos munidos de algum dinheiro.
A minha avó Maria e mesmo a minha mãe nunca souberam destas investidas à quinta do Alfredinho, quero querer que nem a mãe deste.
Quase ninguém conhecia as nossas peripécias, por vezes, arriscadas e plenas de perigosidade.
Mas, regressemos novamente ao circo.
Começávamos por fazer a publicidade, anunciando o espectáculo e, era eu, que geralmente, fazia os cartazes que colocávamos na nossa rua ou distribuíamos às pessoas mais conhecidas. O importante era informar aqueles que nunca tinham assistido porque se o conhecessem recusar-se-iam logo a presenciá-lo, por razões que oportunamente se perceberá.
De seguida, atribuíamos os encargos e os papéis que iríamos desempenhar.
Todos éramos os palhaços.
Nunca escrevíamos o guião das piadas por preguiça e, isso, causava-nos dissabores, pelas razões óbvias: Ninguém se ria! Isso também não era o importante, como nas outras prestações também não o era, pois, o que era importante era o dinheiro arranjado, além de que os assistentes, neste caso as assistentes, eram compreensivas e nunca exigiram o reembolso do bilhete.
Havia também o trapezista ou os trapezistas, mas nunca conseguíamos esticar bem o arame, pelo que esta cena se tornava algo confusa e aldrabada, transformando-se numa prova de equilíbrio com o arame colocado no chão.
Não tínhamos culpa!
O espaço era diminuto e o arame por vezes era curto e não chegava de um lado ao outro e, se chegasse, duvido se algum de nós não partiria a cabeça. E isso, de certeza que ninguém queria, ainda por cima, as mães e as conhecidas de todas nós que assistiam, sentadas confortavelmente nas escadas, algo poeirentas da cave, conversando umas com as outras todo o tempo alheadas do que se passava, não apreciariam nada.
Perguntavam a todo o momento se faltava muito para acabar, pois, não prestavam atenção a nada.
Por falar em assistentes, elas resumiam-se à minha avó, à minha mãe, à D. Odete, à vizinha do lado, a D. Maria José e à Arminda, uma espécie de governanta da D. Maria José.
Como se poderá perceber facilmente tinham que, forçosamente, ser compreensivas, zeladoras do nosso bem estar e, agora, percebe-se porque nunca pediram o reembolso dos bilhetes. Isso era muito animador e estimulante para nós.
Era um importante factor a ter em conta!
O espectáculo decorria dentro da normalidade possível, até que chegou o momento final, o momento crucial, tão ansiado por todos os que estavam naquela cave.
Encostei- me naturalmente a uma das paredes da cave, imóvel e fechei os olhos.
Era a cena das facas!
Todos repararam que o meu irmão tinha na sua posse quatro facas, retiradas às escondidas da cozinha de minha avó e, agora, tornadas evidentes, reluzindo bem afiadas e, que ele, me iria atirar, rezando a Deus para não me acertar.
Todos compreenderam, sem fazer esforço!
As senhoras zeladoras do nosso bem-estar pararam a conversa e gritando:
- Parem! Parem! Ainda matam o rapaz! Isso não!
Invadiram a pista, perante o desgosto de todos nós.
Por sua ordem o circo terminou ali, naquele instante.
As facas foram retiradas ao meu irmão, sem ele compreender muito bem o porquê, pois, sempre gostara muito de mim e era muito meu amigo, amigo mesmo do peito, protector e tudo o mais, fazendo regressar as pessoas presentes à normalidade e ao sossego. Apesar da emoção sentida e das controversas situações, o importante é que tínhamos conseguido o dinheiro para os nossos gastos!
Toda a gente suspirou de alívio!
Pena, Setembro 2005



Sunday, February 18, 2007

Recordações 2 - "Traquinices inócuas"


Recordações 2 - "Traquinices inócuas"
Recordo os meus amigos de então.
Destaco os meus primos: Paulo e Jonel. Destaco o inconfundível Alfredinho Benfeitor, o Meco, de seu nome autêntico, Américo, sempre temível e o Tero, Antero Valoroso, irmão mais velho do Alfredinho Benfeitor hoje, médico ortopedista com sucesso.
A casa de minha avó era o palco de todas as nossas travessuras infantis.
Recordo a minha avó, fazendo malha, óculos na ponta do nariz e um pouco surda, sentada na ampla sala de estar, contígua à sala de jantar.
A avó Maria era a vigilante das bolachas, existentes numa grande caixa de latão, já gasta.
Observava através de uma enorme janela envidraçada todos os nossos movimentos. Rastejávamos. Um a um.
- Seus ratos. – Ouvíamos, dizê-la. – Se vos apanho...Mas nunca nos apanhou. Rastejávamos silenciosamente por entre a mesa e as cadeiras, abríamos o armário com todas as cautelas e as bolachas desapareciam umas a seguir às outras na nossa boca.
O crime estava cometido!
Quando mais tarde as ia buscar, debalde, dizia:
- De certeza, que aqui há ratos! Ratos, uma praga que terá de terminar! - Exclamava, sabedora, cúmplice e sorridente para com os ratos, que éramos nós.
Nunca nos apanhou com a mão na botija.
Dissimulávamos.
Éramos rápidos, cuidadosos e concisos.
Planeávamos tudo com um rigor calculado até ao último pormenor, como uma operação militar assente numa táctica de ataque bem delineada e preparada ou um computador dotado de uma precisão infalível, ludibriando sempre o imaginário inimigo, rendido à sua incapacidade de vencer.
Pena, Junho de 2004. Recordando…

Friday, February 16, 2007

Recordações 1 - Falar


Recordações 1 - Falar

Recordo agora aquela roda infantil.
A sua imagem baila-me no olhar, nitidamente. O instante sôfrego de magia, de efusiva alegria inocente e ingénua.
Dou-lhe vida. Uma vida irreal que só eu vislumbro e assumo como minha.
- Real!... Real!... Real!...- era o cântico pronunciado, por aquelas irreverentes vozes, em uníssono.
- Re...al!... – Repeti com elas, num grito bem audível, mas tímido, acabado de sair do mais profundo da minha alma.
- Falou! Ele falou!- exclamou a minha mãe, com um desmedido contentamento, ainda esfregando os tímpanos para se certificar se ouvira bem e arregalando muito os olhos, perante a perplexidade de todos.
- O meu filho falou!
Parece que ainda a vejo, abraçando-me, abanando-me contra o seu peito, mostrando-me o seu afecto e satisfação.
A hilaridade instalou-se e propagou-se a todos aqueles familiares rostos.
Foi geral! Os sorrisos encheram a enormidade das paredes da casa, que sussurraram entre si com alegria, elas também.
Foi assim que comecei a falar. Foi assim que comecei a nascer para a vida. Foi assim que comecei a vivificar e a interessar-me pelos seus encantos e mistérios, pela sua surpreendente odisseia e pelo trajecto desajeitado com que iniciei a minha controversa existência. Foi naquele momento!
Relembro-me, agora, em que vacilo, frente a frente com o Mundo e com a sua imensa vastidão de beleza e poesia que me tornaram distante e vazio.
Aconteceu!
Foi em casa da minha avó, repleta de segredos e de vida. Segredos existentes, inconformados no tempo e, que agora, mexem, agitam-se, ganham um lugar importante e indispensável no meu muito preenchido subconsciente.
Apanhou-me! Apanhou-me desprevenido e um pouco atarantado, mas foi como um relâmpago de recordações faiscando na minha mente. Visíveis. Escondidas no tempo e ansiosas, pacientes, aguardando a sua vez para se tornarem expostas, envolventes, metamorfoseados agora, à luz cintilante dos toscos candeeiros acesos.
Rodearam-me. Afagaram-me. Reconfortaram-se. Saiu-lhes um pesadelo da cabeça.
- Falou!...Ele falou! Finalmente!...- Disseram, ainda incrédulos, sôfregos.
Minha mãe tinha o mesmo nome próprio e o mesmo apelido da minha avó: Maria Pena. Chamavam-lhe Mariazinha e à minha avó: avó Maria, para não haver coincidências e distinguirem-se uma da outra.
- Real! Real! Real! - Disse.
Constituíram as minhas primeiras palavras que repeti, inebriado pelo desejo de os satisfazer.
Afinal eu estava ali.
Estava a falar para eles, para as suas preocupações, para os seus escondidos e rendidos pensamentos, para adultos vergados pelo peso da responsabilidade.
É noite quando escrevo.
Os meus filhos agitam-se antes do sono. Pedro e Tiago. Tiago e Pedro. Não importa a ordem.
Tenho-os a ambos no meu coração de igual forma.
Preciso de fazer isto, mas desisto.
Chamam-me!
Necessitam da minha presença junto deles que os conforte e os afague.
Talvez, amanhã, consiga. Para já resigno-me.
Vou aconchegar-lhes ternamente os alvos lençóis junto ao pescoço e deitar-me. O cansaço e a penumbra existentes na hora já avançada sacodem-me.
Até amanhã!
A vida é mesmo assim!
Deslumbrante, solidária e apaziguadora.
Repleta de surpresas e de inesperadas situações.
A noite e o seu silêncio criam-me fantasmas de insegurança.
No entanto, preciso deles!
Vivo com eles, pois, alimentam-me os sonhos, as divagações e fazem-me pensar.
Amo-os muito.
Mesmo muito!

Pena, Junho de 2004

Wednesday, February 14, 2007

14 de Feveriro - DIA DOS NAMORADOS


14 de Favereiro - Dia dos namorados
Sabiam que eu também tenho uma namorada? Sim! Sempre ao meu lado.

Quando olho o seu olhar fico deslumbrado. Tanta dedicação. Tanto encanto. Tanto Amor!

Ampara-me com muita atenção em todos os momentos da vida. Da nossa conjunta vida.

Auxilia-me nos actos. Auxilia-me nos instantes. Dá um imenso valor ao que penso e ao que faço com carinho, com um enorme carinho e uma imensa ternura.

Sabem, penso que nos dedicou toda a sua vida! Entregou-se a nós com fervor e alegria.

Quando falha, (Oh! Penso que nunca falhou!), o Mundo parece desabar. Desmoronar-se! Dissolver-se, rumo ao infinito desconhecido e incerto, que não quero, nem desejo, conhecer ou calcorrear! Gosto da aventura, mas é com os o coração e os pés bem assentes no que sou.

E, eu sou isto! E, ela compreende, com uma compreensão, por vezes, incompreensível e rebuscada não sei onde.

Só sei duas coisas:

Amo-a! Adoro-a!

Como é! Assim, exactamente, como é!

Sabem quem é? Eu posso dizer.

A minha doce esposa! Quem mais poderia ser?

Um Bem-Haja, pelo que é!

Assim, exactamente, como é! Nada mais!

A minha eterna namorada. Inconfundível namorada eterna , por quem tenho uma eterna estimação e consideração.

OBRIGADO!
by Pena

Sunday, February 11, 2007

Uma Melodia que soa e se pronuncia com ENCANTO...

Uma melodia surpreendente e bela soa por toda a casa onde habito, com o meu reconhecimento sincero e emocionado, por ser de uma criança arrebatadora e preocupada, que não consigo definir por ser indefinível.
Eu sei que não consigo definir!
Fiquei SEM PALAVRAS...
São 10 anos puros de ternura e encanto! Eu sei! É uma criança!
Não sou eu que mereço isto, de certeza?
Apenas, como seu Professor aprendo...
A melodia sopra aveludada e doce na telefonia já não sei quantas vezes.
OBRIGADO
!

by Poliedro, num momento de emoção...

Saturday, February 10, 2007

Sinto que algo não está bem!


Sinto que alguma coisa não está bem!




Passo o olhar à minha volta. Não! O Mundo está diferente, parecendo abater-se sobre o meu confuso, o meu ilógico, estado de alma. Sobre o meu refúgio oculto. Sempre fui muito confuso na forma de viver e na forma de viver nos outros.
Meu Deus, o que se passará?
Penso que a sobriedade e o bom-senso nunca me abandonaram. Sempre compartilharam comigo os meus momentos de ansiedade e os meus momentos menos conseguidos.
No meu espaço, neste espaço, onde escolhi para escrever, coabitam comigo instantes intransmissíveis, por não arranjar maneira de os descrever.
Não compreendo os momentos que passam, quando os olho, quando os sinto, quando os vivo.
Surpreendido, não consigo dar a volta ao Mundo que vai em mim.
Nem moscas há, que possam marcar a sua importância incomodativa.
As paredes que me rodeiam estão mudas. Amuadas por existirem paradas aqui.
Num gesto rápido ligo a telefonia, já há muito esquecida sobre a mesa repleta de papéis. Só papéis, nada mais. Estou a perder a organização que era o meu orgulho de pessoa útil. Embora, revoltada a telefonia, sopra uma melodia suave e terna, desejando conquistar-me.
Suspiro de alívio. Ao menos, ela suporta a ideia de estar presente. Ao pé de mim! Sei que lhe causo transtorno. Um transtorno imenso. Muito a custo digo-lhe que gosto dela e da melodia que respira. Pelo menos, faz-me alguma companhia. Tem que ser! Não há mais nenhuma solução. Só carregando na sua tecla que a silencie, que não quero fazê-lo.
Numa prateleira de pinho tratado, existente na minha frente vejo duas folhas adoráveis penduradas. Escritas a computador dizem em cada uma: Mãe Adoro-te! Na outra: Adoro-te Pai! Estas folhas ternas comportam, cada uma no meio, um coração enorme.
Sorrio ao olhar para elas. Não estão assinadas, mas sei de quem são! Perfeitamente! E, quem escreveu este gesto carinhoso, não precisa de as assinar.
Fico a cismar. A melodia envolve-me os sentidos. Todos os sentidos.
Matuto em coisas sem nexo. Irreais.
Por que razão?
Às vezes, a realidade confunde-me. Apesar de ter uma certa coragem em mim, tenho um receio, um medo imenso, de viver, de me entregar, de compartilhar e de sonhar…!!!
Vejo-me minúsculo numa aparência de adulto.
Inibo-me de sentir a minha pequenez. Inibo-me de revelar o que vai em mim.
Não! Tudo isto é absurdo. Tudo isto não faz sentido!
Tenho que despertar. Olhar nos olhos. Sentir com sentimento. Amar com amor!
E, contudo, tenho a certeza que sinto que algo não está bem!
Preciso de mudar!
Atirar-me de cabeça à vida. Sei! Sei isso!
É necessário.
É imperioso que o faça. Indiscutível. E, de imediato, sem demoras.
Uma avalanche de ideias assola-me. Ideias boas de felicidade conseguem descobrir-me.
Afinal, sou FELIZ!

E, a FELICIDADE inebria e entontece.

Deve ser disso!

by Poliedro, numa noite sem sono, Fevereiro.2007

A Pedagogia do Amor e os seus Alunos


Um Professor, A Pedagogia do Amor e os seus Alunos




Sempre que entrei naquela escola, nunca fiquei surpreendido. Era tudo feito de crianças aos meus olhos. Com ambições. Com desejos.
Verdadeiros heróis da vida! Brincam!
Aprendem e dão tudo o que têm para aprender. Vestem não para agradar, mas o que lhes dão para vestir. São ternos à sua maneira. Puros! Com sentimentos transparentes que lhes vêm com sinceridade cá de dentro. Também choram quando é preciso chorar. O seu riso e a sua alegria vivem-nos também.
Caminham com desembaraço e destreza carregados com pesadas mochilas que lhes parecem falar. São o veículo, o transporte, a bagagem, do conhecimento e do saber que elas contêm. E, eles reconhecem isso, embora os vergue um pouco. Mas, lá vão! Será que vale a pena? São de vários tamanhos. Uns pequenos, outros grandes. Uns são corpulentos, outros franzinos. Uns mais conversadores, outros mais introspectivos. Uns mais amados, outros sem amor. Uns mais arranjados, outros mais humildes. Mas, todos, compenetrados nos seus papéis.
E, lá vão! Todos! Irmanados nos mesmos propósitos e intenções, que lhes ensinaram. O dia começa para eles bem cedo. Mal surge o raiar da madrugada, ei-los a caminho, repletos de hesitações por viverem um sonho inacabado que se prolongaria um pouco mais. Olhos piscos, mal despertos. Lavaram a cara ou esqueceram-se de a lavar sem culpa, desapontados e tristes por não haver água.
A responsabilidade de todos eles torna-se bem visível e perceptível.
Chegam. Em grupo! Sozinhos! Acompanhados!
Aturam conselhos atrás de conselhos. Aturam regras atrás de regras. Sorriem porque têm que sorrir. Acatam tudo porque têm que acatar. Sofrem, por vezes, também. Desesperam sem contestarem porque o preço do futuro é assim e tem que passar por ali! Por isso suportam tudo. Dão de si tudo o que têm para dar e não têm para dar.
São sinceros. Verdadeiros. Sem maldade que se revele ascorosamente. Vivem na ânsia de ser alguém. A vida exigiu-lhes tudo.
A uns, a atenção e o deleite.
A outros, uma vida sofrida e amarga. Padecida.
Assistem a tudo com a mesma cara de encantar, suja ou lavada. Compostos ou descompostos. Felizes ou infelizes. Sempre todos, lado a lado.
Entram na sala.
O Educador quer, exige silêncio. Exige compostura. Ele é o dono da aula. O dono do saber, da eloquência. Fala e ninguém ouve. Quer escutar as moscas.
É o Presidente da República do saber e da aula!
Há que obedecer. Ninguém fala. Não é permitido falar. Aos seus alunos apetece-lhes passar pelas brasas. Abrem a boca. Sussurram baixinho uns com os outros. Não escuta. Não permite a participação.
A amizade e a compreensão por aquelas faces encantadoras não as vê.
Não consegue ver.
A Pedagogia do Amor é inexistente.
A empatia na aprendizagem esqueceu-se dela não se sabe onde.
A vocação esvaiu-se. Não existe.
Se, por qualquer razão vacilam são apontados com desordeiros, como criminosos. Quem dignar-se contrariar a sua autoridade vai para a rua. Será expulso da sala de aula por insubordinação e desinteresse. Por mau comportamento e uma atitude menos correcta.
Qualquer pretexto chega.
Olham uns para os outros indignados, mas não há nada a fazer.
Ele é quem detém o poder.
É quem manda ali. E, não há nada a fazer!
Infringiram não se sabe o quê, têm que ser duramente punidos.
Aceitam porque não têm outro remédio!
- É o preço do futuro. – Pensam, como lhes foi dito em casa.
E, concordam, sem esboçar o mínimo gesto. Sem esboçar a mínima contestação. Sem terem a mínima ideia ou oportunidade para contestarem porque são crianças.
Não têm opinião. Ensinaram-lhes que deviam obedecer aos adultos. Obedecer aos grandes. Respeitar as suas decisões inflexíveis e intransigentes.
É raro terem o direito às suas explicações. Às suas justificações. Vacilaram. E, é tudo!
– É o custo do futuro! – Pensam, sem contestar. Sem serem ouvidos. Sem o direito às suas explicações. Aos seus motivos! Razões válidas não faltariam, de certeza! Mas vacilaram, quando não se pode vacilar. Transgrediram um pouco, somente! Não se pode!
Um pouco que seja, não é permitido.
A escola foi feita assim e, assim, deve ser.
Sempre foi!
As expectativas depositadas neles são enormes. Imensas! Contam com orgulho os progenitores a quem os quer ouvir.
Contam que o filho é promissor nos saberes da escola.
Outros, menos esperançosos, contam que está a melhorar. – Já o ameacei que vai para o campo! – Exclama, anunciando entusiasmado com a ameaça proferida de descontentamento.
Fora escorreito nas palavras porque o campo não interessa a ninguém. - Como se fosse pecado. Até Deus pode castigar. Um agricultor nunca fez mal a ninguém. Apenas sua e trabalha de sol a sol com ardor e honestidade! – Pensa o vizinho que ouviu e sempre enalteceu o seu árduo trabalho da terra, donde se tira tudo o que se pode para se sobreviver. Não compreende. E, eu não compreendo o descuido do relacionamento com as crianças!
É assim! Quando é que os nossos alunos podem respirar livremente e em paz?
A Pedagogia do Amor está aí. Disponível. Pronta a ser utilizada nas crianças que educamos terna e afectuosamente.
Só através da dedicação, compreensão e amizade, eles conseguirão entender-nos, respeitar-nos. Só assim, conseguiremos marcar os nossos alunos e fazer deles Homens íntegros participativos e felizes mais tarde nas suas vidas.
A empatia, o carinho e a atenção para com eles pode bem suprimir o custo do futuro!
Ainda bem que penso que a maioria dos Educadores as tem e revela.
Para sua tranquilidade e tranquilidade das crianças.
A minha intenção sei bem qual é. Eles também sabem, de certeza.
Vamos deixar a mente das crianças intocável.
Vamos apelar a que as deixem viver no seu estado mais puro de encanto e alegria porque elas são puras e encantadoras!
Sempre foram puras e encantadoras!
Temos que terminar de vez, com o custo do futuro das nossas amadas crianças que merecem tudo e tudo aceitam sem protestar.
Tudo, mesmo!
É só darmos-lhes o nosso melhor.
O melhor que temos em nós próprios.
Elas aceitá-lo-ão, prontamente!


By Poliedro, Novembro de 2006

Tuesday, February 06, 2007

PARABÉNS PEDRO!

Parabéns Pedro!
Pedro. Hoje é o Dia do teu aniversário.
6 de Fevereiro. Uma data obrigatória no calendário das grandes efemérides! Uma data obrigatória e necessária ao nosso entendimento e ao nosso bem-estar.
Que palavras poderiam exprimir a meiguice e a ternura que sempre te acompanham para onde quer que vás?
Que apego à vida imenso e contagiante vai em ti que nos deslumbra e encanta?
Estaremos sempre presentes na tua entrega a ela. Podes ter a certeza. Sim! A certeza absoluta!
Que mais poderíamos dizer?
Olha, Pedro, que a tua pureza e a tua arrebatadadora transparência como água pura e cintilante que brota de uma fonte límpida existente em ti, constituam um exemplo para nós e para todos os que te conhecem. Criança feliz e sempre de bem com todos. De bem com a vida e de bem com o Mundo.
Força.
Continua a amar. As pessoas! A Vida! O Mundo!
Creio que não te arrependerás!
Verás como é bom viver! Sentir o fluir da vida em nós!
Força!
Os teus pais que te adoram.

Saturday, February 03, 2007

Sou uma Pessoa

Sou uma Pessoa

Sou uma Pessoa.
Tenho pretensões a Educador.
Porquê?
Não sei explicar e, por isso, prefiro silenciar-me.
Não! Não sou psicólogo. Nem sei se a Psicologia existe!
Não sei ler nos olhos as crianças que me ouvem.
Sei que gosto delas. É tudo!
Perturbam-me se lhes descortino algum sofrimento.
Quando as olho, sorrio por não as entender.
Apetece-me apenas dizer que o Mundo, o Mundo delas, foi construído para ser bom e belo.
Apetece-me dizer somente, que a vida, a vida delas me encanta e enternece.
Apetece-me que me expliquem porque não compreendo porque, às vezes, choram e fazem chorar.
De Alegria? De tristeza? Não sei. Não entendo?
Apenas gostava de saber.
De entender.
O Mundo que Deus criou e, não sei se acredito em Deus, foi construído para ser deslumbrante e acolhedor para as crianças.
Será assim o Mundo delas?
Não sei!
São puras e sinceras no que pensam, no que dizem, no que ouviram dizer e contar.
O mundo não pára. Avança no tempo.
E, eu não compreendo.
Não compreendo porque não sei nada. Nada mesmo.
Uma certeza tenho, amo os meus filhos porque adoro amá-los.
Escutá-los.
Entendê-los.
Nunca esqueci um aluno na minha vida.
Guardo-os. Sim! Com carinho e dedicação.
Porquê? Não sei. Estão sempre presentes. Apenas sei isso. Não sei comandar vidas!
Não me peçam para explicar porque sou assim?
Não saberia responder.
Não sei nada.
Mesmo nada!
Sou apenas uma pessoa!

By Poliedro. Fevereiro. 2007